sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Gerenciamento de Crise da AirFrance

Por Juliana Ferreira Sousa

O pesadelo começou no último domingo (31/05/2009) para a empresa aérea AirFrance, o vôo AF 447 decolou por volta das 19h do aeroporto do Galeão (Tom Jobim) e deveria pousar no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, por volta das 11h local (6h de Brasília). Em nota, a empresa afirma que a aeronave "cruzou uma zona com forte turbulência" por volta das 23h (horário de Brasília) e enviou alerta automático sobre problemas no circuito elétrico às 23h14. O avião carregava 228 pessoas, sendo 12 tripulantes e 216 passageiros (82 mulheres, 126 homens, sete crianças e um bebê).
Para a equipe de Comunicação da Air France o pior chegou na segunda-feira: a queda da aeronave e a morte dos passageiros. O primeiro comunicado da AirFrance saiu na metade da manhã: A AirFrance lamenta informar que se encontra sem notícias do vôo AF 447 que efetuava a ligação entre Rio de Janeiro e Paris, Charles de Gaulle, com chegada prevista às 11h15 (hora local). O vôo decolou do Rio no dia 31 de maio às 19h locais. AirFrance divide a emoção e a inquietação das famílias envolvidas. Os familiares serão recebidos num local especialmente reservado no aeroporto de Paris, Charles de Gaulle II, assim como no do Galeão. Junto com esse comunicado a AirFrance disponibilizou números 0800 para informações sobre os passageiros.
Às 16h da segunda-feira o presidente da AirFrance, Jean-Cyril Spinetta, deu uma entrevista coletiva, reconhecendo o desaparecimento do avião, não divulgou o nome dos passageiros, limitando-se a dizer que a empresa continua procurando informações sobre o desaparecimento. Na manhã de quarta-feira a lista só foi divulgada depois que os familiares foram comunicados.
A luta para encontrar os destroços do avião e vitímas não param, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que foram identificados pontos com destroços junto à zona onde desapareceu o AirFrance e uma mancha de óleo com 20 quilômetros de extensão. O coronel Jorge Amaral das Relações Públicas da Aeronáutica afirmou em Conferência de Imprensa que a aeronave R99 localizou uma peça metálica de sete metros de diâmetro e 10 objetos metálicos espalhados numa área circular com um raio de cinco quilômetros. Segundo o porta-voz da aeronáutica, as equipes de busca vão percorrer cada ponto identificado para “obterem mais informações sobre os objetos detectados”.

O Gerenciamento de Crises é feito antes mesmo que a tragédia aconteça, é necessário um planejamento. Como aconteceu com a AirFrance, uma empresa nunca sabe como e quando uma tragédia pode acontecer. Então para prevenir é imprescindível identificar as atividades e características que podem desencadear uma situação negativa; elaborar planos de contingências de acordo com as necessidades e valores da organização; treinar os executivos para lidar com diversos públicos antes, durante e após uma crise; acompanhar a evolução das ações e estratégia por meio da auditoria de imagem e auditoria de opinião.
A AirFrance demonstrou equilíbrio, pois primeiro informou aos familiares os nomes dos passageiros, reservou um local no aeroporto de Paris Charles de Gaulle II, assim como Galeão para recebê-los e ainda disponibilizou um SAC para informações sobre o acidente.
Em momentos de crise é indispensável que os porta-vozes saibam lidar com ética e transparência para evitar os ruídos da mídia e da imprensa.

http://www.s2.com.br/produtos/crise.asp
http://quiosque.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/18742

Juliana, 20 anos, é estudante do 3º semestre de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo e trabalha em uma empresa de Call Center.

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