segunda-feira, 1 de junho de 2009

Palestra sobre Comunicação Corporativa

Por Caio Cesar Almeida Burato
 
Na última sexta-feira, 29, tivemos a oportunidade de prestigiar um grande evento em nossa Universidade. Palestrando sobre Comunicação Corporativa, tivemos o grande prazer em ouvir o Ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge e o Presidente da BASF (América Latina), Dr. Rolf-Dieter Acker, de descendência alemã.
Ambos com discursos muito bem preparados, slides e bastante vontade em nos passar informações úteis, foram algumas horas de conhecimento muito valiosas. O ministro mencionou, durante seu discurso ao nosso professor João Evangelista Teixeira, JET, que não gostaria de ser chamado de ministro, e sim de jornalista; portanto, farei o mesmo nesse texto.
O Jornalista Miguel Jorge mencionou, inicialmente, estar surpreso e maravilhado com o número de estudantes que estavam na palestra e com o nível de interesse dos mesmos; disse também que esperava não mais de 40 pessoas.

O Presidente da Basf, Dr. Rolf-Dieter Acker inclusive, segundo o JET, foi o primeiro Relações Públicas a tornar-se presidente de uma grande companhia.

Durante a palestra, foram realizados dois discursos separados, um do jornalista Miguel Jorge e outro do Dr. Rolf-Dieter Acker. O discurso do Sr. Miguel foi bastante longo, mas não cansativo. Ele conseguiu nos passar uma abordagem bem prática e atual da Comunicação Corporativa, com exemplos e algumas estratégias para superar barreiras e alguns problemas.

O Dr. Rolf-Dieter Acker no entanto, não tinha um português muito bom, e discursou, basicamente, sobre a importância da comunicação nas organizações. Infelizmente, com algumas informações superficiais, não conseguiu atingir o mesmo nível do jornalista, que se ateve a detalhes e exemplos. Mas, mesmo assim, o discurso do presidente da Basf foi bastante conciso e íntegro.
Após os discursos, tivemos uma fase de perguntas e respostas, em que o jornalista também saiu melhor que o Relações Públicas (infelizmente). Acredito que a mais importante delas, foi a resposta que o Sr. Miguel Jorge deu a uma colaboradora do grupo Volkswagen de Caminhões e Ônibus, infelizmente, já não me recordo bem da pergunta, mas sua resposta foi que "para superar problemas e conseguir definir e traçar estratégias, é necessário, de fato, se ater a detalhes, e saber tudo sobre a empresa, desde os funcionários, detalhes dos veículos e, até mesmo, dirigir o veículo, ter a experiência prática".

A palestra, em geral, foi muito importante, agregou bastante e me arrependeria muito de tê-la perdido. Como disse o JET, foi uma oportunidade única (inclusive, na aula de Comunicação Organizacional, a professora Claúdia Nociolini mencionou que uma palestra dessa magnitude custaria no mercado, por volta de R$ 1500,00). Cabe aqui, mencionar a qualidade do ensino da Metodista e a incansável busca pelo aprimoramento de nosso ensino. (Antes de entrar na faculdade, eu tinha muito medo do ensino particular acadêmico, mas hoje tenho a certeza de que a Metodista e, principalmente, o curso de Relações Públicas tem muita qualidade; apesar de, claro, também ter seus problemas).

Agora, encerro o assunto sobre a palestra e, escrevo sobre algumas literaturas já utilizadas por nós (comunicadores) durante o curso ou profissionalmente. (Para quem ainda não sabe, essa semana, mais precisamente na quarta-feira, fui admitido como estagiário em uma Agência de Comunicação. Lá, já me forneceram grande literatura sobre a profissão. Por isso, aproveito para descrevê-la aqui também). São basicamente resumos sobre os principais livros em que nos baseamos para criar nossa "identidade comunicativa". Vale ressaltar, que essa é a visão da minha chefe, que é uma grande estudiosa de comunicação, Maristela Mafei, (sem querer puxar o saco da chefe na primeira semana) e ela descreve essa literatura no livro "Assessoria de imprensa: Como se relacionar com a mídia."

KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 4° ed. São Paulo: Summus, 2003.
O livro é um compilado interessante de teoria na Comunicação Organizacional. A tônica que perpassa vários capítulos é a da necessária integração entre as atividades de comunicação que, na opinião da autora, devem ser comandadas por um profissional de Relações Públicas. Os trechos que abordam o trabalho de assessoria de imprensa, no entanto, são bastante curtos e não chegam a dar indicações sobre a prática. A leitura é indicada para quem quiser acompanhar o paradigma dominante na atualidade no campo das Relações Públicas.


SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: função política. 5° ed. São Paulo: Summus, 1995.
Essa é uma obra densa, com conceitos teóricos bastante fundamentados. Simões apresenta nesse livro o resultado de uma pesquisa bibliográfica para explicar a origem da atividade de Relações Públicas, o arcabouço acadêmico que a sustenta, seus principais objetos, e conclui com uma extensa lista de instrumentos utilizados nessa profissão, cada um com seu uso devidamente contextualizado. O interessante é ver como se sustenta, no argumento do autor, a defesa da importância estratégica das Relações Públicas nas Organizações.


LESLY, Philip. Os fundamentos de Relações Públicas e da comunicação. São Paulo: Pioneira. 1995.
Lesly é quase um "Papa" das Relações Públicas no mundo. Já escreveu livros que se tornaram guias práticos para o profissional. E esse é mais um desses. Escrito de maneira a quase oferecer um passo-a-passo para a atividade de comunicação, como prevenção e gerenciamento de crise. Sua tese principal é a de que caiu por terra o conceito de comunicação como transmissão de decisões. Em seu lugar, prevalece a concepção de uma atividade responsável por fazer com que as coisas aconteçam dentro de uma organização, à medida que ajusta e diferencia os diferentes públicos para que determinadas atitudes sejam tomadas. São especialmente ricos os apêndices apresentados ao final do livro. Entre eles, encontram-se um guia de fontes e referências (de obras bibliográficas, de empresas, associações, etc) e um extenso glossário com os principais termos técnicos da profissão. Trata-se de um livro para manter sobre a mesa de trabalho e ser consultado a qualquer momento.

Estes são alguns dos principais exemplos, mas pretendo continuar a descrever as outras tão importantes literaturas. Ressalto novamente, que esta é a visão de Maristela Mafei que é sócia e diretora do Grupo Máquina, Agência de Comunicação. Formada em jornalismo pela PUC, foi repórter da Folha de S. Paulo e editora da revista Globo Rural. Trabalhou também no Departamento de Pesquisas da Rede Globo e atuou como produtora na rádio e na televisão Cultura. Por isso, achei importante escrever essa visão atual da literatura que utilizamos para fundamentar nosso "arcabouço teórico".

Caio é estudante do 3º semestre de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo.

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