sexta-feira, 2 de março de 2012

Público Alvo?


Já imaginou que com as mudanças na Internet e nos meios de comunicação as mais comuns formas de extraticação de públicos já não são mais suficientes? Não basta dizer que você quer atingir mulheres da classe A entre 30 e 40 anos, hoje existem novos grupos mais heterogêneos e com interesses em comum.
Pensando nisso a agência DM9 criou um estudo para identificar estes novos grupos e explicar melhor essa história que eles batizaram de "Perfis Digigráficos".

Assista o vídeo abaixo e interaja para entender melhor:

domingo, 1 de maio de 2011

A Comunicação pela comunicação não existe! - Palestra com Renato Delmanto

Por Caroline de Oliveira Araujo

Na última quarta feira, dia 27, o curso de Relações Públicas da Universidade Metodista recebeu para uma palestra o profissional Renato Delmanto,  Gerente Corporativo de Relações com a Mídia no Grupo Votorantin, formado em jornalismo pela PUC-SP e com especialização na FAAP, que compartilhou suas experiências em comunicação corporativa com o tema Relacionamento com a Mídia.

A palestra começou com uma apresentação da Votorantim, enfatizando os campos de atuação, que vão bem além do setor de cimentos e conta até com uma incubadora de novos negócios. Partindo para a área da comunicação, em uma roda de públicos bem complexa, o profissional destacou a importância da relação com o governo, já que diariamente são discutidos projetos de lei que tem impacto direto sobre empresas do grupo, em alguns casos capazes de fechar fábricas inteiras. E salienta a postura de lobby junto a outros grupos para fortalecer relações trazendo consequências positivas para a sociedade.

No momento seguinte, Renato diz que a Votorantim não pode ser considerada uma empresa low profile (itálico) e sim uma empresa no profile (itálico), já que ela não busca aparecer todo tempo e nem expor diretores em prol de capas de grandes veículos da imprensa, porém afirma que mesmo sendo da cultura da empresa não se mostrar, de forma alguma esta pretende se esconder, pelo contrário, atualmente nenhuma empresa ou profissional pode bancar o invisível. O – colocar o que ele é na Votorantim – fez uma analogia com a síndrome do elefante no deserto: mesmo sendo um animal enorme e cinza, ele acredita que se ficar imóvel no deserto, um mar de amarelo, conseguirá passar despercebido, "o mundo exige que você se comunique (...) uma empresa não pode ficar parada, tímida". Não da para empurrar as questões para baixo do tapete, é preciso saber se mostrar.

A partir desse perfil que não busca grande exposição, mas entende seu papel como fonte de informações, a Votorantim trabalha ações de comunicação com a mídia que tem por objetivos:
- ampliar contato com a imprensa: criar e expandir as formas de contato, ainda que tenha que dizer não aos jornalistas será um não simpático;
- criar relações de longo prazo: o relacionamento com a imprensa é aprimorado constantemente;
-atuar com transparência: preservar a credibilidade, através de informações acertadas e quando não puder divulgar determinados dados apenas informar isso, sem dar margem para especulações;
-zelar pela reputação e imagem: através da credibilidade ter reconhecimento positivo, e trabalhar este ativo intangível do grupo Votorantim;
-atrair talentos para o grupo: um desafio é fazer com que as matérias publicadas sejam positivas e instiguem os jovens a quererem fazer parte da empresa;
- contribuir para os objetivos do negócio: "não existe comunicação pela comunicação, ela deve colaborar com os objetivos da empresa como um todo".

A partir dessas metas o profissional destaca que os principais desafios das políticas corporativas de relacionamento com a mídia são definir uma estratégia que se adéque com todas as unidades de negócios, devido a sua variedade e necessidade específica, passar a dimensão correta da atuação do grupo, de sua participação em diferentes setores, monitorar as notícias que saem sobre as empresas do grupo e ter agilidade para responder, suas estratégias de atuação quando precisa apresentar informações em curto prazo é avaliar cenários e riscos, e preparar porta-vozes diante destes cenários, o profissional diz que "a recomendação quando um momento apresenta um risco maior que a oportunidade é melhor não dar uma entrevista".

E tal valoração sobre quando dar ou não uma entrevista, quais informações compartilhar deve ser feita friamente, já que ninguém tem controle sobre a informação, pois uma vez divulgada ela ganha vida própria, como foi o caso de informações consideradas sigilosas terem sido divulgadas no portal WikiLeaks ou do partidário do PT se manifestado a favor da liberação da maconha. -vídeo no yt-

Indo além do relacionamento com a mídia, Renato indica a importância de desenvolver no funcionário a consciência de que ele é a própria empresa, e treinar cada um para que ele também seja fonte de informações, e a Votorantim busca fazer isso através de seus manuais de conduta e do manual específico de relacionamento com a mídia.

A imprensa segue com seu papel de fiscalização dos poderes constitutivos da sociedade: sua função é ser o olho da sociedade, o desafio é entender que o jornalista cobra respostas em nome da sociedade e a empresa deve estar preparada para satisfazer ou conter de maneira satisfatória este turbilhão de cobranças. Aquele que fala e leva o nome da empresa deve entender que ele não deve responder tudo, nem tudo é realmente responsabilidade da empresa, é preciso deixar o problema com quem pode solucioná-lo e não ficar apresentando opiniões quando não se é extremamente necessário.

Se tratando de imprensa, tentativas de conhecer o conteúdo antes de sua publicação pode ser considerado censura, o que pode causar insatisfação e borrões na relação com a mídia, como tem acontecido com a Folha de S.Paulo e o caso do filho do político Sarney. Havendo informações erradas, a empresa só pode se manifestar posteriormente de forma amigável; buscando a reparação da melhor maneira possível.

No código de conduta que é disponibilizado para todos os funcionários, há um capítulo dedicado as redes sociais; no qual veta ao funcionário a divulgação de informações em nome da Votorantim, detalhe destacado também no código de ética: o descumprimento é passível de demissão. Todo manual de relacionamento busca ser o mais didático possível a fim de facilitar o entendimento de todas as áreas do grupo, desde o chão de fábrica até diretores, sem desagradá-los.

A divulgação e disseminação desse material é feita através dos veículos internos, da intranet e em workshops para todos os funcionários com convidados externos, geralmente com ampla experiência em relacionamento com a imprensa. Os resultados obtidos são quantificados a partir do número de matérias publicadas sobre o grupo Votorantim, quais ações conseguiram gerar mais matérias em mídia espontânea, estudo de quais segmentos atraíram mais visibilidade para o grupo, sempre fazendo um cruzamento entre positivas versus negativas

Voltando as redes sociais, o profissional quando questionado sobre a postura quanto reclamações feitas através de mídias sociais diz que no caso de acusações infundadas/ofensas a Votorantim prefere não se manifestar para não gerar mais destaque em uma bola de neve, discutindo informações que apenas gerariam mais munição para ataque do que resolveria a questão, mas quando a questão tem fundamentos ela será trabalhada por uma equipe especializada.

Renato destaca que as redes sociais são uma boa forma de atrair a atenção de talentos da Geração Y, por quebrar a imagem de empresa antiquada, porém a carreira dentro do grupo Votorantim não se desenvolve com a mesma agilidade das redes sociais, o plano de carreira é pensado a longo prazo o que acaba desestimulando o perfil dessa Geração.

No destaque a Professora da Universidade Eddi Bacco,
responsável por trazer o profissional, Renato Delmanto e o
coordenador do curso de Relações Públicas Paulo Ferreira
O palestrante encerrou a apresentação frisando que a maior necessidade das empresas sempre será o relacionamento e gestão de pessoas “são necessários gentólogos e não tecnólogos” sobre importância de compreender as pessoas, o contato pessoal, e a dificuldade de ter profissionais capazes de gerir pessoas de forma satisfatória, o que faz com o grupo invista fortemente na formação de líderes.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Novela e Relações Públicas?


Eu não sou noveleira, juro. Mas, devo confessar que adoro a novela das sete de uma popular emissora de TV. Um remake muito bem feito. Acompanho diariamente e quando não posso assistir pela TV, corro para ver na Internet.

Mas, o que uma novela tem a ver com Comunicação ou Relações Públicas?
Afinal o MakeCom é um espaço para discussão, com esse propósito: falar de comunicação.

Simples: quem acompanha a novela, sabe que a trama principal é a rivalidade entre dois famosos estilitas. E a imprensa faz uma importantíssima participação na trama.

No folhetim tem duas revistas: uma de moda e uma de fofoca, que vivem atrás dos vários escândalos que os dois estão sempre envolvidos.  Problemas pessoais, vexames em desfiles, gafes, boatos. Tudo isso serve de banquete para duas revistas. Além disso, a novela tem uma personagem interessante, a filha de um dos estilistas, que se passa por uma blogueira misteriosa que sempre tem comentários pertinentes, críticas muito bem colocadas e por isso se tornou uma importante formadora de opinião no mundo da moda. Ela também utiliza os dois como fonte para as discussões em seu blog.

Quando uma reportagem, matéria, nota é publicada a primeira providência a tomar é um vexame pior do que os que iniciaram as manchetes. É vexame para justificar vexame.

O que falta para esses dois? Assessores de Imprensa, Relações Públicas, Media Training, profissionais que orientem os dois personagens o quanto problemas de imagem podem prejudicar uma empresa, no caso deles, os negócios de cada um.

Não acho que seja um pecado a novela não ter esse tipo de profissional, pois são os micos vividos pelos personagens que fazem da novela um sucesso. Mas, como amante da profissão que escolhi,  tento tirar algumas lições da novela.
  • A importância de ter um bom  relacionamento com a imprensa. Eu sei que falar isso é chover no molhado, mas na prática isso faz toda a diferença. É incrível como a revista fala bem de um dos estilistas e joga pedras no outro. Nem preciso dizer, qual dos dois reage pior ao assédio da imprensa, certo?
  • O risco de ter uma imagem abalada. Os prejuízos que podem ser causados. Um dos protagonistas teve problemas tão graves de imagem, que precisou vender sua marca, pois as clientes não queriam mais usar suas roupas. 
  • A falta que um profissional de comunicação faz. Não existe planejamento nenhum. A mulher de um deles (esse mesmo, o que tem problemas com a imprensa, teve que vender a marca, novamente ele...) até tenta agir de forma estratégica, parece que vive em guerra, mas não tem boas intenções e por não ter preparo nenhum todos os seus tiros saem pela culatra.
E preciso adiantar que vai entrar uma personagem na trama com a função de Assessora de Imprensa, mas ela vai trabalhar na editora das duas revistas e não para os personagens.

Volto a dizer não sou noveleira, tenho outras formas de me entreter. Mas, já que me rendi aos encantos de uma novela procurei tirar algo útil dela.