quinta-feira, 17 de setembro de 2009

TV Globo + Folha de São Paulo x Redes Sociais

Por Maira Manesco de Oliveira

Até onde vai a sua liberdade de expressão? A dos funcionários da TV Globo e do Jornal Folha de São Paulo não vai mais a lugar nenhum.
Na quinta-feira passada (10/09) a Globo divulgou um comunicado interno restringindo o uso de blogs, Twitter, Facebook e outras redes sociais pelos seus colaboradores. Segundo a coluna Radar Online, os funcionários devem agora pedir permissão [sim permissão, como se a Globo fosse mãe de crianças de 10 anos] a Globo para poder usar essas redes, e se a permissão for dada não poderão publicar nada sobre as atividades da TV, ou seja, o @huckluciano não poderá mais falar sobre o Caldeirão do Huck se a TV Globo não deixar.
 
Não sei para vocês, mas para mim chega a ser ridículo!

Bom, o Jornal Folha de São Paulo tomou medidas mais leves, não proibiu seus funcionários de ter perfis nas redes sociais, apenas pediu para que eles não tomem lado em campanhas partidárias e não publiquem furos do jornal, já que isso é reservado aos assinantes da Folha de São Paulo e do site UOL, mas que “eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha".

No dia 13 de setembro, Carlos Eduardo Lins da Silva, o ombudsman da Folha levanta uma questão: “como exercer controle sobre o que ele diz de temas que não são os de que trata no jornal sem interferir na sua liberdade de expressão?” Parece que alguém pensou na tal liberdade enquanto o comunicado corria solto gerando bochicho.

Agora vamos analisar isso do ponto de vista de um Relações Públicas, no caso o meu ponto de vista.

É certo vetar alguém de ter um perfil social e falar sobre o que quiser nele? Eu acredito que não, a liberdade de expressão está acima de qualquer coisa. Depois que a Ditadura Militar acabou, ganhamos o direito de falar de tudo em qualquer lugar, inclusive meter a boca no trombone, mas claro que com respeito.

É óbvio que ninguém vai chegar no Twitter e dizer: "A empresa que trabalho é um lixo, meu salário está atrasado há 80 dias."

Até agora não entendi o que a TV Globo e a Folha de São Paulo temem, alegam que estão preocupadas com distorções negativas, mas o que tem de negativo o jornalista falar que cobriu a matéria do Sarney que vai sair no dia xx no jornal? Para mim isso atrai a compra do jonal. E quanto aos apresentadores, já assiti muito dos programas só porque soube pelo Twitter que o artista tal estaria lá.

Sinceramente, eles deveriam fazer que nem o SBT e por a produção dos programas na TwitCam, assim a gente palpita, se sente mais próximo e fica feliz de saber que se preocupam com o público e não só com a imagem.

Fonte:
http://www.comunique-se.com.br/index.asp?p=Conteudo/NewsShow.asp&p2=idnot%3d53489%26Editoria%3d8%26Op2%3d1%26Op3%3d0%26pid%3d238612%26fnt%3dfntnl&rss=on
http://www.adnews.com.br/midia.php?id=93719

8 comentários:

  1. Eu concordo que as organizações tenham que ter códigos de conduta para as redes sociais. No entanto, os manuais não podem ser restritivos e coercivos da maneira como foram divulgados. Abraços, Carol Terra (http://rpalavreando.blogspot.com)

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  2. Na não... Mah, ontem eu defendi até o último minuto na sala (ainda bem que o microfone parou de funcionar) e falo aqui também, não podemos comparar com a "liberdade de expressão" ou um veto, como a Carol disse ai em cima, as organizações devem ter ´códigos de conduta, o problema é que as vezes é necessário pegar "pesado" - eu seguia alguns jornalistas na folha, eles davam os furos, isso não é bom para a empresa, o Luciana falar o que vai acontecer no Caldeirão, poxa, vai assistir o comercial, sei lá, a empresa não quer isso, nós como RP temos que olhar também a visão da empresa, não somente falar de 'liberdade de expressão', 'ditadura militar' - 'todos estão coagindo as informações', não, essa não é a minha visão.

    Abraços,
    Belle

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  3. Belle, também concordo com a Carol sobre o código de conduta, mas não foi o que aconteceu, não precisavam fazer o que fizeram, era só chegar e conversar numa boa, agora proibir é demais.
    Acredito que pode ser comparado com a liberdade de expressão, pq cada um tem o direito de dizer o que pensa do jeito que pensa, fora que quando você entra em uma empresa, assina um contrato dizendo que não vai passar informações, então se a empresa não concorda com os 'furos' é só punir, e acabou.
    Isso ainda vai gerar muita polêmica...

    Abs,
    Maira

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  4. Olá pessoal,

    Adoro discussões! Brincadeiras à parte... A Globo não é conhecida exatamente pela sua "liberdade de expressão" no que diz respeito a comunicação interna, né?

    Não digo que ela esteja totalmente errada neste sentido, até por que, o que prensenciamos atualmente, são guerras de audiência entre as emissoras. Sendo assim, não dá pra ficar a mercê de bom senso nestas questões estratégicas, até onde eu imagino (vide a repercussão do caso Obama vs. Kanye West).

    Entretanto, tá na hora de acordar pra natureza da Internet! Marcelo Tas (sei que é clichê citá-lo...) divulga a pauta do CQC no blog/twitter e nem por isso deixa ter audiência...

    Enfim, eu particularmente precisaria de mais informações para ter uma opinião embasada. No caso do Luciano Huck, que tem mais atividades além de apresentador, fica complicado impor restrições no seu Twitter pessoal...

    Abs!

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  5. Concordo com belle e carol, deve haver um código de conduta, contudo não deve ser rígido, e o que ambas as empresas temem é que os furos jornalísticos sejam divulgados antes nas redes pelos próprios jornalistas e que isso diminua o a circulação de jornais, que pesquisam comprovam, diminui a cada ano desde 2001.

    Mateus

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  6. Mah, eu não sei se vou mudar a minha opinião mais para frente, mas infelizmente agora eu estou na cabeça com a seguinte idéia - "Conversar não adianta - tem que impor regras", isso é fato!

    O que o Alan falou é certo do Tas, mas temos que olhar a cultura também, acho que o Tas é uma exceção de sucesso, em alguns aspectos, muitos casos não são assim. Estou falando de jornal, de juros e não de programação. Eu nunca vi o Tas falando sobre o que vai acontecer na matéria programada.

    Abraços,
    Belle

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  7. Acho que um treinamento específico para uso das mídias sociais poderia muito bem ser feito pela empresa...Juntamente com o código de conduta para o uso das mesmas, assim como citou a Carol.. Medidas drásticas e sem consulta aos colaboradores só aumentam a "rádio peão" nos corredores da organização, e neste caso na mídia em geral...

    Abraços
    Fabio Procópio

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  8. Concordo plenamente com você, Fábio.
    Medidas drásticas não ajudam na imagem de nenhuma organização, pelo contrário.

    Muito obrigada a todos pelos comentários, vamos discutir o que pensamos, e formar novas opiniões.

    Maira.

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