Por Caio Cesar Almeida Burato
"A sociedade e o mercado consumidor tornaram-se bastante hostis às 'empresas analfabetas', que não aprendem a escrever, ouvir, falar, se expressar e, principalmente, dialogar no ambiente em que atuam." (1995, p. 12)
Esta citação de Nassar nos permite fazer um breve questionamento: Apostar em comunicação pelo viés estratégico já é uma realidade ou a maioria das empresas continua "analfabeta"?
Quando pequeno costumava ouvir, em reuniões de família, meu pai, tios, e os sócios deles dizendo que para ser um bom administrador, um bom gestor e para conduzir os negócios sempre existe um segredo. Cabe aqui, aquela velha frase: 'O segredo é a alma do negócio'. Mas será que, ainda hoje, ter algum segredo é estratégico?
Claro que as empresas não divulgam tudo o que está acontecendo, passam para os colaboradores diversos apenas o que será positivo e tentam contornar o que sai de negativo. Mas atualmente, principalmente com as novas ferramentas e fontes de informação, os mesmos colaboradores anseiam saber desde o que acontece no chão de fábrica até a alta administração e, além disso, cobram das organizações ações de responsabilidade social, etc.
Cabe aqui, uma breve retrospectiva da comunicação em geral ontem e hoje:
Antes a comunicação tinha foco nos instrumentos, com poucos investimentos na área, e a comunicação era fragmentada, isolada. Hoje vemos a comunicação com uma visão mais ampla e estratégica, com altos investimentos em um mercado competitivo e abordagem integrada.
Sendo assim, eu penso que essa espécie de transformação, e não apenas das ferramentas e dos meios de comunicação envolvidos, mas da própria abordagem de como se administrar e como ser um bom gestor aconteceu de forma muito rápida, e que este 'segredo', esta técnica de conduzir os negócios também se transformou, passando de meramente administrativa para tornar-se, assim como a comunicação, estratégica, divulgando e cuidando das informações conforme seja mais positivo para a organização. Vale ressaltar que somos Relações Públicas, e não jornalistas e, portanto, nosso compromisso é com a ética e a transparência com a organização e seus colaboradores, e não com a informação. Além disso, hoje sabemos que não existe apenas 'transmitir ou repassar uma informação', e sim um real espaço para diálogo, debate e embate entre a organização e seus públicos
Heeey, estudo Relações Públicas na Cásper e passeando pelo Twitter encontrei o blog de vcs!
ResponderExcluirA começar que gosto muito de blogs e de informações através do mundo digital e achei o seu texto interessante.
É engraçado ver as empresas tentando combater a falta de comunicação interna. Muitas delas, principalmente familiares, pra não se dizerem analfabetas criam o departamento de comunicação visando se tornar uma empresa transparente. Eu trabalho em uma empresa familiar e luto para conseguir filtrar informações e direcioná-las aos diversos públicos, uma empresa que nunca teve comunicação instituida antes, tem uma rádio de comunicação interna muito difícil de combater, a famosa "rádio peão", lendo o seu texto me lembrei de como é difícil combater essa linha de passagem de informação na empresa que eu trabalho! A transparência transmitida pelo meu setor tem que ser estratégica, mas de forma que não pareça estratégica, e isso é o que eu considero mais difícil pra nossa profissão, pelo menos pra mim que ainda estou no primeiro ano.
Continuarei passando por aqui e aprendendo e dividindo experiências, em breve farei um blog também e conto com a presença de vcs lá.
Valew Galera.
Muito Bom