terça-feira, 16 de junho de 2009

A Escola de Montreal

Por Caroline de Oliveira Araújo e
Maira Manesco de Oliveira

Falando de Comunicação Organizacional é preciso citar os estudos da Escola de Montreal, que vem tendo constantes evoluções ao longo dos últimos 30 anos. A Escola de Montreal se volta as emergências das organizações pela comunicação, traz uma nova perspectiva sobre o assunto tendo como principais características: estudar as organizações através da comunicação, abordagem interpretativa da Comunicação Organizacional, envolve processos de interação e organização social e tem como grande importância as conversações e trocas de informações. O principal teórico por trás dessa abordagem é James Renwich Taylor, da Universidade de Montreal, no Canadá.

Para a Escola de Montreal a interação entre as pessoas acontece através da comunicação, e portanto é na conversação que a ação de organizar acontece. Porém, não acreditam que comunicação é apenas transmissão de informação, essa é construída de forma interativa.
Um dos princípios da Escola de Montreal, é que a unidade miníma da comunicação e da organização se fundamenta na co-orientação, representada por A, B e X, onde A e B são atores sociais e X o objetivo deles. Os atores estão co-orientados para um objetivo em comum, é somente através da interação que os atores conseguem chegar ao seu objetivo, a relação entre estas partes colaboram tanto para o objetivo como para criação da identidade do objeto. A Escola de Montreal acredita que quando há uma comunicação os atores que participam dela interpretam as informações e saem dela com uma nova visão do fato, é uma junção de informações que ao fim se transforma em outra informação.
Na co-orientação os agentes podem ser individuais ou coletivos, a comunicação é fractal, ou seja se repete em várias escalas, e tendem a imbricação, isto é, sobreposição que pode ser ilustrada pela disposição de telhas em um telhado. Problemas na imbricação surgem quando os atores têm pontos de vista diferentes, e aí ocorre uma falha na co-orientação.
As organizações são vistas como construções plurais instituídas nas práticas cotidianas de seus membros, onde a percepção desses influencia na criação da cultura organizacional, ou seja comunicação é organização e organização é comunicação.
Outra abordagem da Escola de Montreal é o modelo texto-conversações, que é representado por um processo contínuo em que textos viram conversações e conversações se transformam em textos. Onde textos representam a organização formal e conversações a informal.
No Brasil, diferente da América do Norte, essa teoria ainda é rara, ao invés das organizações serem analisadas através da sua comunicação, elas são analisada através de seus processos administrativos, da gestão. Taylor acredita que não exista um modelo internacional para a Comunicação Organizacional, cada país cria o seu modelo de acordo com a sua cultura.

"A Comunicação Organizacional refere-se ao estudo de como as pessoas se organizam por meio da comunicação e como, dialeticamente, a comunicação faz com que as pessoas se organizem naturalmente." James R. Taylor

Nos slides abaixo podemos ver alguns pontos chaves da Escola de Montreal:
Vale ressaltar que a Comunicação Organizacional é uma ciência híbrida.



Fontes:
CASALI, A. M. Estudos de Jornalismo e Relações Públicas. Comunicação organizacional: uma ciência híbrida. p. 9-15.
CASALI, A. M. Estudos de Jornalismo e Relações Públicas. Comunicação organizacional: uma introdução à perspectiva da "Escola de Montreal". p. 28-40.
http://www.slideshare.net/ALevy/as-idias-da-escola-de-montreal-comunicao
http://acompasso.blogspot.com/2009/05/o-pensamento-da-escola-de-montreal.html

3 comentários:

  1. Para a Escola de Montreal, e também acredito nisso, a interação entre as pessoas acontece através da comunicação, e portanto é na conversação que a ação de organizar acontece. Comunicação é diálogo, entendimento e não apenas troca de informação.

    Já feedei e linkei o blog e vou seguir sempre.

    Abraços,
    Mateus d'Ocappuccino

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